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UM EM CADA 30 BRASILEIROS TEM HEPATITE B OU C | ||
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"Apenas de 20% a 30% dos pacientes com hepatite viral apresentam sintomas na fase aguda, por isso é difícil fazer o diagnóstico", explica o médico Giovani Faria Silva, professor de gastroenterologia da Faculdade de Medicina de Botucatu (SP). Muitas vezes o organismo, sozinho, combate os vírus, mas a doença pode se tornar crônica em 5% dos casos, em relação à hepatite B, e em até 80% quando a infecção é pelo tipo C.
Muitos casos hoje diagnosticados de hepatite C foram adquiridos por transfusões sanguíneas feitas antes de 1993, quando a doença não era rastreada no sangue e hemoderivados provenientes de doações. Outra forma comum de transmissão era o uso de seringas não descartáveis. "Até hoje recebemos pacientes que eram jogadores de futebol, nas décadas de 70 e 80, e contraíram a doença pelas aplicações de multivitamínicos com seringas de vidro", conta Raimundo Paraná, chefe do setor de hepatologia da Universidade Federal da Bahia e presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia.
O tratamento da hepatite C é feito com interferon peguilado e ribavirina e dura aproximadamente 48 semanas. As chances de cura variam de 40% a 90%, segundo o médico. Já para a hepatite B ainda não existe cura, apenas controle constante da carga viral. No entanto, o vírus do tipo B pode ser prevenido com a vacina, que faz parte do calendário infantil desde 1998.
Paraná ressalta que o tratamento disponível no SUS (Sistema Único de Saúde) para a hepatite B, a lamividina, pode gerar resistência em 80% dos casos após cinco anos de uso. Segundo o o coordenador do Programa Nacional para a Prevenção e o Controle das de Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Ricardo Gadelha, o novo protocolo que inclui outros medicamentos deve entrar em vigor no segundo semestre.