A Medicina do Sono recentemente foi definida pela Associação Médica Brasileira como área de atuação da Clínica Médica. Acompanhando essa tendência, a EPM/Unifesp está iniciando um ambulatório e também um programa de residência médica para os clínicos que pretendem seguir a carreira. “Teremos, junto ao Departamento de Neurologia desta universidade, um ambulatório e um laboratório de sono. Vamos trabalhar com equipe multiprofissional composta por clínicos, neurologistas, psicólogos, cirurgiões dentistas e outros profissionais que colaboram para atendimento integral do paciente”, explica Ademir Baptista da Silva, chefe da Disciplina de Neurologia Clínica da EPM/Unifesp e presidente do Capítulo de Medicina do Sono da Sociedade Brasileira de Clínica Médica. Este ambulatório inicialmente funcionará uma vez por semana.



De acordo com Silva, a EPM/Unifesp é pioneira nesta área, tendo sido a responsável pela criação do primeiro ambulatório de sono a oferecer atendimento em uma escola pública federal. “Com esse novo serviço acredito que daremos um salto de qualidade, pois os distúrbios do sono são de alta prevalência na população. Acredita-se hoje que pelo menos 80% das pessoas apresentam algum distúrbio de sono”, afirma.

Em 2015 também serão abertas cinco vagas para residência nesta área de atuação, voltadas para aqueles médicos que terminaram residência em especialidades afins e desejam se aprofundar na área do sono.

Distúrbios do sono

As doenças relacionadas ao sono têm como principais sintomas a sonolência ou, ao contrário, a dificuldade para dormir. Dentre as que causam sonolência diurna, e muitas vezes impedem a pessoa de realizar normalmente suas atividades, podemos citar a apneia do sono e a síndrome das pernas inquietas. A apneia, um pouco mais conhecida, está vinculada a uma dificuldade na respiração, que acaba por interromper o sono centenas de vezes durante a noite.

Já a Síndrome das Pernas Inquietas também é muito importante porque tem prevalência entre 10 a 15% em adultos. Caracteriza-se por uma sonolência durante o dia acompanhada de dificuldade em dormir no período noturno. Isso porque há uma deficiência metabólica no cérebro que causa a necessidade e movimentar os membros, especialmente as pernas.

Entre os distúrbios que se caracterizam pela falta de sono destacamos a insônia. É importante que ela seja devidamente diagnosticada porque há diversos tipos que necessitam de abordagens diferentes.