A pesquisa do Programa Nacional do Câncer nos Estados Unidos acompanhou mais de 1,4 mil pacientes com melanoma acral tratados em 17 centros de oncologia daquele país, no período entre os anos de 1986 e 2005. E foram avaliadas a incidência da doença e a taxa de sobrevida dos pacientes.
Os resultados do estudo, publicados na revista Archives of Dermatology, indicaram que a proporção de melanoma acrolentiginoso, em relação aos demais subtipos de melanomas, foi maior entre os negros – 36% dos pesquisados apresentavam o problema.
"As taxas de sobrevida média nos casos de melanoma de extremidades, em cinco e 10 anos, foram de 80,3% e 67,5% respectivamente. Nos negros, a taxa de sobrevivência em cinco e 10 anos foi menor (77,2% e 51,5%) que nos indivíduos caucasianos ou brancos hispânicos", explica o Dr Aldo Toschi, coordenador de Dermatologia do Instituto Brasileiro de Controle do Câncer. Os hispânicos (72,8% e 57,3%) e asiáticos (70, 2% e 54,1%) também evoluem pior e teriam piores taxas de cinco e 10 anos em relação aos caucasianos.
Características da doença
O melanoma é mais comum nas pessoas de pele, olhos e cabelos claros, com muitas pintas e em famílias que já tiveram a doença, predominantemente no tronco dos homens e pernas das mulheres com história de queimadura solar na infância ou exagero na exposição solar de forma intermitente. Mais comum entre os 40 e 50 anos, o melanoma, apesar de ser apenas 4% a 5% dos cânceres de pele, é um grande problema pelo alto índice de mortalidade.
Segundo os autores, os negros representam 10% dos casos de melanoma, com a localização mais comum sendo nas extremidades das mãos, região plantar e sob as unhas. Os primeiros sinais surgem com manchas de cor castanho-enegrecida e bordas irregulares. E o período de evolução é de aproximadamente dois anos e meio, quando surgem elevações e nódulos.
O maior problema nos melanomas, de acordo com especialistas, é falta do diagnóstico precoce, uma vez que não existe tratamento radio, quimio ou imunoterápico eficiente. O diagnóstico precoce com a dermatoscopia e o mapeamento corporal das lesões pigmentadas, além da cirurgia feita de modo correto e precoce ainda são as melhores armas contra a doença.
Fonte: Ageimagem. Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica. 15 de junho de 2009.