A gripe e o resfriado são doenças diferentes, embora ambas sejam infecções respiratórias causadas por vírus e mais prevalentes no frio.

O fato da maior parte dos casos acontecer no inverno é devido à aglomeração de pessoas em locais menos ventilados nesta época do ano. Estes ambientes facilitam a disseminação do vírus e, por isso, devem ser evitados. Manter boa alimentação, usar vestimentas adequadas e ingerir bastante líquido, além de praticar atividade física regular, são hábitos essenciais para a prevenção de gripes e resfriados. Essas duas doenças têm sintomas semelhantes, variando apenas a intensidade e o risco de complicações.

Se os sintomas aparecerem, a chance de ser apenas um resfriado é grande. Menos grave, é também muito mais comum e simples de tratar. Por quatro ou cinco dias permanecerão coriza e obstrução nasal. Neste período pode ocorrer tosse, dor de cabeça, dor de garganta, febre baixa e espirros.

O resfriado é transmitido pelo contato direto de pessoa para pessoa, por meio das gotículas eliminadas ao falar, tossir ou espirrar. Como é viral, não há tratamento específico. Um erro comum é o paciente automedicar-se com antibióticos que, para tratamento de doenças causadas por vírus, serão totalmente ineficazes e poderão mascarar eventuais complicações.

Repouso, alimentação leve, e manter-se bem agasalhado são, sem dúvida, os melhores remédios. Analgésicos e antitérmicos, quando indicados pelo médico, podem melhorar a dor de cabeça e a febre.

 

Já no caso da gripe, causada por algum dos três tipos de vírus da família influenzae, pode desencadear complicações, até mesmo fatais, se não diagnosticadas e tratadas adequadamente. Grande ameaça à saúde pública, a gripe costuma durar mais de uma semana e, além dos sintomas do resfriado, provoca febre alta, dores pelo corpo e fadiga. Pode também comprometer brônquios e pulmões, levando à pneumonia.

 

Outras complicações da gripe são a sinusite, otite média, descompensação do diabetes mellitus, agravamento de doenças pulmonares crônicas, da insuficiência e/ou arritmia cardíaca.

 

Os meios de contágio são os mesmos do resfriado, mas no caso da gripe, há vacina anti-influenzae, que deve ser tomada no período que antecede o inverno, principalmente pelos idosos.

 

Pelo fato dos vírus da gripe sofrerem mutações constantes, a vacina deve ser tomada anualmente. Embora não confira 100% de proteção, ela evita as formas mais graves da doença, diminuindo o índice de mortes por pneumonia, especialmente entre os indivíduos da terceira idade ou portadores de doenças crônicas, sejam pulmonares, cardíacas ou metabólicas.

 

A vacina também é indicada para aqueles que possuem deficiência imunológica, como os soropositivos, para médicos, enfermeiros e demais funcionários de hospitais escolas, creches e casas de repouso.

 

Crianças e gestantes também podem ser vacinados. Porém é preciso estar atento às orientações médicas que são indispensáveis para qualquer pessoa.

 

Prof. Dr. Antonio Carlos Lopes é presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica
Artigo publicado na Gazeta Mercantil/Caderno D - Pág. 7 no dia 23 de abril de 2009