Lesão renal aguda em pacientes em uso de inibidor da enzima conversora de angiotensina para tratar insuficiência cardíaca descompensada

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Yasmim Guimarães
Mário de Seixas Rocha
Carlos Antonio Guerreiro de Moura
Carlos Geraldo Guerreiro de Moura
Constança Margarida Sampaio Cruz
Ney Boa-Sorte

Resumo

JUSTIFICATIVA E OBJETIVO: Esse estudo procurou descrever a incidência de lesão renal aguda (LRA) em pacientes com insuficiência cardíaca (IC) descompensada pós uso de inibidor de enzima conversora de angiotensina (IECA) e o perfil clínico-epidemiológico desses pacientes. MÉTODOS: Trata-se de um estudo de coorte prospectiva. Foram incluídos no estudo pacientes com insuficiência cardíaca classe IV segundo critérios do New York Heart Association (NYHA) descompensada admitidos nas enfermarias de Clínica Médica do Hospital Santo Antônio no período de 01/03/2011 a 30/10/2012. Foram excluídos pacientes com doença renal crônica estágios III, IV, V e com dados incompletos. A lesão renal aguda foi definida de acordo com o critério RIFLE (Risk/Injury/Failure/Loss/End-stage). Os dados foram analisados através do programa estatístico SPSS 14.0. Esse projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa do Hospital Santo Antônio. RESULTADOS: Dos 100 pacientes estudados, a maioria era do sexo masculino, de etnia afrodescendente e apresentavam como etiologia da insuficiência cardíaca a miocardiopatia chagásica crônica. O sexo feminino, a presença de hipertensão arterial prévia, maiores valores médios basais de pressão arterial sistólica (PAS) e  pressão arterial diastólica (PAD) e maiores valores médios de idade foram associados à ocorrência de lesão renal aguda, bem como valores médios mais elevados de creatinina sérica basal. Doses médias maiores de inibidores de enzima conversora de angiotensina e de furosemida venosa durante a primeira semana de tratamento foram associadas à ocorrência lesão renal aguda. A área sob a curva  ROC (Receiver Operating Characteristic) Curve (AuROC)  para uso de  inibidores da enzima conversora de angiotensina  foi de 0,70 com p=0,001. CONCLUSÃO: Doses elevadas de inibidor de enzima conversora de angiotensina  e de furosemida venosa predispõem mais esses pacientes ao desenvolvimento da lesão renal, principalmente na primeira semana de introdução de inibidor de enzima conversora de angiotensina.

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Artigos Originais