Achados clínicos e radiológicos, perfil e evolução de pacientes internados com COVID-19 em uma enfermaria de referência em salvador - BA

Main Article Content

Lara Goes Silva Guimarães
Letícia Chequer Matta Pires
Pedro Flávio Costa Motta

Resumo

COVID-19 é a doença causada pelo coronavírus SARS-CoV-2. Esta doença foi responsável por uma pandemia no ano de 2020, que resultou em uma grande quantidade de óbitos. Nesse contexto, os exames radiológicos de pacientes com COVID-19 comumente demonstram distribuição bilateral de opacidades em vidro fosco, podendo existir consolidação periférica. Tais achados variam com a idade do paciente, progressão da doença, status da imunidade, comorbidades e intervenção médica inicial. Ademais, existem casos em que a sintomatologia do paciente não condiz com a gravidade das manifestações pulmonares. Objetivo: Analisar o perfil clínico-radiológico e evolução de pacientes internados com diagnóstico de COVID-19, em uma enfermaria de um hospital de referência em Salvador-BA. Métodos: Estudo observacional, descritivo e analítico. Os dados foram coletados, por meio de análise de prontuário, acessados pelo computador (banco de dados) do Hospital Geral Ernesto Simões Filho (HGESF). Resultados: Foram coletados dados de um total de 70 pacientes. Destes, 29 (41,4%) participantes do sexo feminino e 41 (58,6%) do sexo masculino com idade variando entre menor que 60 anos (32,9%) e maior ou igual a 60 anos (67,1%), havendo 31 (44,3%) portadores de Diabetes Mellitus. Com relação aos sintomas apresentados, 59 (84,3%) pacientes cursaram com dispneia, 50 (71,4%) manifestaram tosse e 36 (51,4%) tiveram febre. Outros parâmetros clínicos como leucocitose foram evidenciados em 50 (71,4%) participantes, além da dessaturação (<90% spO2) presente em 25 (35,7%) participantes. Durante o internamento, 46 (65,7%) pacientes receberam tratamento com Azitromicina, 60 (85,7%) pacientes foram transferidos para Unidade de Terapia Intensiva (UTI), 34 (48,6%) evoluíram com necessidade de intubação orotraqueal (IOT) e 32 (45,7%) foram a óbito. Tais variáveis foram analisadas junto ao percentual de acometimento pulmonar tomográfico que variou entre menor ou igual a 25% em 19 (27,1%) participantes, 26-49% em 19 (27,1%) participantes, 50-74% em 23 (32,9%) participantes e maior ou igual a 75% em 9 (12,9%) participantes. O envolvimento pulmonar foi preditor de óbito e acarretou mudança de conduta quanto ao tempo de internamento. Além disso, a presença de tosse foi constatada como um fator de alerta para o acometimento pulmonar mais grave. Ademais, o uso de azitromicina não predispôs menores percentuais de acometimento pulmonar.

Article Details

Seção
Artigos Originais