Percepção de dispneia em repouso e em atividades físicas habituais em diferentes graus de obesidade

Main Article Content

Saulo Maia d’Avila Melo
Raimundo Sotero de Menezes Filho
Valdinaldo Aragão de Melo

Resumo

JUSTIFICATIVA E OBJETIVO: Dispneia é uma experiência subjetiva de desconforto respiratório, cujos mecanismos fisiopatológicos e de percepção são complexos. O objetivo deste estudo foi avaliar a percepção de dispneia dos obesos em repouso e em atividades físicas habituais, utilizando três escalas de dispneia, e verificar a influência do peso corporal na percepção de dispneia crônica. MÉTODOS: Estudo transversal, incluindo 140 pacientes com peso normal e sobrepeso (grupo controle) e obesidade graus I, II e III, que foram subdivididos em seis subgrupos. Dispneia crônica foi avaliada utilizando-se descritores de dispneia e percepção de dispneia em repouso e em atividades físicas habituais por meio três escalas de dispneia: Escala Analógica Visual, Escala de Diagrama de Custo de Oxigênio e Medical Research Council modificada. RESULTADOS: Os grupos tiveram distribuição homogênea quanto a gênero, idade, cor da pele, altura, status tabágico e atividade física. O peso corporal médio foi 109,5±30,9kg e o índice de massa corporal de 39,91±10,57kg/m², com diferenças significativas entre os grupos (p<0,001). Nenhum dos pacientes referiu dispneia em repouso em posição sentada, nas três escalas utilizadas. Houve diferenças significativas entre os grupos quanto à percepção de dispneia em atividades físicas habituais, que se intensificaram nos grupos com o índice de massa corporal mais elevada (p<0,0001). CONCLUSÃO: Indivíduos obesos livres de comorbidades que influenciam a percepção de dispneia não demonstram dispneia em repouso; todavia, apresentaram dispneia crônica em atividades físicas habituais da vida diária, que sofre influência do aumento progressivo do peso corporal.

Article Details

Seção
Artigos Originais