Descritores de dispneia e percepção de dispneia crônica nos variados graus de obesidade

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Saulo Maia d’Avila Melo
Valdinaldo Aragão de Melo

Resumo

JUSTIFICATIVA E OBJETIVO: Embora frequente e importante na prática médica, estudar dispneia permanece um desafio. Os objetivos deste estudo foram verificar os principais descritores de dispneia mencionados por obesos utilizando-os na determinação da percepção de dispneia crônica em diferentes graus de obesidade, e avaliar a influência do excesso de peso. MÉTODOS: Estudo transversal, incluindo 140 pacientes com peso normal e sobrepeso (Grupo Controle) e obesidade graus I, II e III, que foram subdivididos em seis subgrupos. A dispneia crônica foi avaliada utilizando-se os principais descritores de dispneia, na amostra geral e nos subgrupos de obesos. RESULTADOS: A percepção de dispneia na amostra total estudada foi de 57,1% (IC95%: 48,5-65,5) e em cada subgrupo foi: Grupo I: 3,8% (IC95%: 0,1-19,6); Grupo II: 33,3% (IC95%: 13,3-59,0); Grupo III: 62,5% (IC95%: 40,6-81,2); Grupo IV: 86,7% (IC95%: 69,3-96,2); Grupo V: 65,2% (IC95%: 42,7-83,6); e Grupo VI: 89,5% (IC95%: 66,9-98,7). Os principais descritores de dispneia foram cansaço no peito (58,7%), fôlego curto (47,5%), dificuldade de respirar (36,2%), falta de ar (31,2%) e respiração rápida (17,5%), com diferenças significativas entre os grupos (p<0,0001 e p<0,002, respectivamente). CONCLUSÃO: Observou-se elevada prevalência da percepção de dispneia em todos os graus de obesidade, com aumentos progressivos à medida que se elevou o índice de massa corporal, principalmente em obesos mórbidos. A utilização dos descritores de dispneia na investigação de dispneia crônica em obesos é útil, e os principais descritores de dispneia relatados foram cansaço no peito, fôlego curto e dificuldade de respirar.

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Artigos Originais