Lagoquilascaríase humana: um diagnóstico a ser lembrado diante de tumoração de cabeça e pescoço: relato de caso

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Gustavo Ávila Maquiné
Bruno Rocha Wanderley
Tariana Nunes Bandeira de Melo
Rayany Brito Wanderley
Raimundo Assunção Figueiredo Barreto

Resumo

A lagoquilascaríase é uma zoonose incomum decorrente do parasitismo por Lagochilascaris minor. Na Região Amazônica, o primeiro caso foi descrito em 1978, em um paciente do sexo masculino, e caracterizou-se pelo aparecimento de tumoração em região de cabeça e pescoço. O objetivo deste estudo foi relatar um caso de lagoquilascaríase. Paciente do sexo feminino, 18 anos, procedente de Itaituba, área de garimpo, em Belém (PA). Relatava surgimento de nodulação cervical durante gestação, com eliminação de vermes pelo ouvido e por escarro. Foi encaminhada, em 1987, à Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas, onde biópsia evidenciou resultado de processo inflamatório granulomatoso de especificidade não estabelecida. Evoluiu 1 ano depois com massa tumoral em face lateral cervical esquerda, região submandibular e retroauricular, associada à perda ponderal, queda do estado geral e intensa astenia. Apresentava cicatriz cirúrgica prévia, eliminando secreção cremosa, purulenta e inodora. Foi instituído tratamento com tiabendazol e levamisol, com remissão da lesão e parada da eliminação de vermes por escarro e ouvido esquerdo. A lagoquilascaríase humana é uma zoonose causada por L. minor, que cursa com massa cervical e deve ser listada como diagnóstico diferencial das tumorações da cabeça e pescoço.

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Seção
Relatos de Casos