Vasculite sistêmica da síndrome de Cogan associada ao PR3-ANCA. Relato de caso

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Antônio Luiz Wiener Pureza Duarte
Aline Damé Vogg
Bruna Chesini

Resumo

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A síndrome de Cogan (SC) caracteriza-se pela presença de ceratite intersticial não luética associada a manifestações de disfunção vestibulococlear. Este artigo tem como finalidade dar continuidade ao relato de caso da SC publicado nesse periódico em 2009, que mostra, agora em 2014, o acompanhamento ambulatorial durante 60 meses, os resultados laboratoriais, o tratamento realizado e faz uma breve revisão bibliográfica dos marcadores imunológicos. Também, como objetivo principal, apresentar essa rara entidade nosológica que, quando não tratada no início dos sintomas com imunossupressores, pode causar anacusia em 50% e amaurose em 10% dos pacientes e, em sua forma atípica, cursar com vasculite sistêmica. Como não encontramos citações na literatura mundial dessa associação – vasculite da SC com positividade de anticorpos dirigidos contra citoplasma de neutrófilos (c-ANCA) direcionados especificamente contra o antígeno serinaproteinase 3(PR3) – consideramos prudente novos artigos serem publicados no sentido de confirmar ou não esses achados clínico-laboratoriais. Ressaltamos que o paciente evoluiu satisfatoriamente para a cura, visto que permanece assintomático e com os exames de atividade inflamatória normais. RELATO DO CASO: Paciente do sexo masculino, 43 anos, branco, casado, comerciário, foi internado por 15 dias por apresentar hiperemia conjuntival, mialgias e febre com 30 dias de evolução. O diagnóstico foi realizado a partir do 11° dia, quando surgiram as seguintes manifestações: nistagmo, ataxia de marcha, tontura, náuseas e vômitos aos movimentos, dores articulares no punho, joelho e tornozelo esquerdos, acompanhadas de rubor e calor, acrescidas de sufusões hemorrágicas subungueais dolorosas em três dedos da mão esquerda, sugestivas de vasculite sistêmica. CONCLUSÃO: Este relato de caso apresenta aos profissionais médicos essa entidade rara, de difícil diagnóstico e de repercussões graves quando não bem tratada. Além disso, mostra associação dessa síndrome com vasculite sistêmica c-ANCA reagente especificamente contra o antígeno citoplasmático serina proteinase 3 (PR3).

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Relatos de Casos