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Computador, Internet, telefone celular, microondas e ar-condicionado. Diversas são as novas tecnologias e utilidades domésticas criadas para facilitar a nossa vida. Junto com as novidades, vêm as dúvidas. Estudiosos e fabricantes buscam provar que todos esses adventos só trazem vantagens ao ser humano, mas isso nem sempre é possível.

O computador e a Internet, por exemplo, já são comprovadamente incentivadores da vida sedentária e, indiretamente, da obesidade. O telefone celular já desperta a atenção de neurologistas para os possíveis malefícios das ondas eletromagnéticas emitidas pelos aparelhos. E o ar-condicionado, que mal pode fazer?

Essa tecnologia foi desenvolvida para proporcionar ao ambiente uma temperatura agradável e refrescante, garantindo o conforto em casa, no escritório ou no carro. Em contrapartida, durante o processo de resfriamento, a umidade do ar fica reduzida, prejudicando o revestimento das mucosas das vias aéreas e tornando-as vulneráveis. Outro agravante é que os ambientes munidos de ar condicionado são mantidos fechados, reduzindo a circulação do ar.

Há ainda muita falta de informação acerca do equipamento, especialmente sobre a manutenção correta. Poucos sabem que o ar-condicionado precisa ser reavaliado periodicamente para limpeza e correção de possíveis irregularidades. Sem este cuidado, o filtro perde sua capacidade e provoca uma verdadeira poluição no ambiente, tornando-o propício para o agravamento de diversas doenças respiratórias. Os grandes vilões são os fungos, as bactérias e os ácaros, que se acumulam nos ductos do aparelho e atingem o ambiente.

Quem trabalha exposto a esse equipamento fica mais suscetível a gripes, resfriados, sinusites e até pneumonia. Para portadores de doenças crônicas, como asma ou doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), há maior risco de agravamento da doença.

O ideal para quem não quer e não pode abrir mão do ar condicionado, é mantê-lo em perfeitas condições de funcionamento, com temperaturas entre 20ºC e 22ºC. Mais baixas do que isso, além do desconforto e possível necessidade de agasalhos, o frio favorece a proliferação de vírus que causam os resfriados e as gripes.

Estudos apontam que nos aviões o problema pode ser ainda pior. A má qualidade do ar e a pressurização no interior das aeronaves são fatores que podem gerar riscos à saúde. Nessa situação, o passageiro fica exposto à baixa umidade, já que o ar é elevado a altas temperaturas e sofre ressecamento quando passa pelas turbinas. A pressão na cabine do avião também contribui, pois torna o ar rarefeito, ou seja, com menor oferta de oxigênio do que a maioria das pessoas está acostumada.

Portadores de doenças respiratórias crônicas, ou quem já entra no avião com sinais de faringite, amigdalite ou sinusite, devem levar medicamentos previamente prescritos por seus médicos, e evitar as bebidas alcoólicas, que podem potencializar o problema.

Em geral, evite locais fechados, grandes concentrações de pessoas e trate qualquer sintoma respiratório tão logo apareça. Gripes e resfriados que demorem a passar, febre, tosse, dores no corpo ou falta de ar precisam de avaliação médica. Tome banhos mornos para evitar o choque térmico, mantenha uma alimentação saudável, tome muito líquido durante todo o dia e o principal: pratique atividade física regularmente. Ela ajuda a melhorar a respiração e a saúde.

Prof. Dr. Antonio Carlos Lopes é presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica
Artigo publicado na Gazeta Mercantil/Caderno D – Pág. 7 no dia 26 de março de 2009