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Antonio Carlos Lopes é presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica

Estamos vivenciando cenário preocupante. Atualmente, as cardiopatias chegam a representar 30% das causas de morte entre as brasileiras acima de 40 anos. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), esta é a maior taxa da América Latina. Porém, fato é que com a mudança no estilo de vida e a tendência ao envelhecimento da população, as doenças cardiovasculares passaram a liderar as causas de óbito femininas, ultrapassando as estatísticas de tumores, como mama e útero.

Ainda de acordo com a OMS, 8,5 milhões de mulheres chegam a óbito por ano no mundo, ou seja, mais de 23 mil cidadãs por dia. Os números são alarmantes, porém, reais. E diversos fatores nos levam a eles. O acúmulo de funções, histórico de saúde, hábitos de vida, fatores de estresse e rotina profissional são apenas alguns exemplos.

Frente a essa realidade, a conscientização quanto aos sintomas se faz cada vez mais necessária, uma vez que são diferentes dos manifestados pelos homens e pouco

divulgados na mídia. É com essa intenção que a SBCM (Sociedade Brasileira de Clínica Médica) realiza, permanentemente, a campanha Mulher Coração. Com ela, visamos alertar autoridades, gestores e comunidade sobre o aumento significativo dos eventos cardiovasculares entre o gênero feminino.

Empenhados em alterar a realidade preocupante da incidência de problemas cardíacos entre as mulheres brasileiras, realizamos, recentemente, pesquisa nacional com quase 300 entrevistadas. Nela, mapeamos dados e estatísticas que demonstram a preocupação com a saúde por parte do público feminino, bem como o interesse em buscar uma vida mais saudável.

Dentre as participantes do levantamento, é possível notar que a faixa de 36 a 55 anos costuma ser uma fase em que há maior preocupação com mudanças de hábitos e cuidados preventivos. Ainda, dados reconfortantes mostraram que mais da metade das pesquisadas já consultaram um clínico geral ou um cardiologista para acompanhar a saúde do coração e quase 90% não são fumantes.

Outra informação positiva é a sobre atividades físicas: 60% das mulheres praticam algum tipo de exercício de uma a duas vezes por semana.

Em contrapartida, a carga horária de trabalho de mais de 60% das brasileiras entrevistadas extrapola as oito horas diárias, sem contar as rotinas familiar e doméstica, que geralmente são de grande estresse e desgaste físico.

O fator sono também é um agravante: parte considerável das mulheres dorme até seis horas por dia, ou menos. Lembrando que o ideal é uma noite de sono de qualidade durante oito horas.

Dados que falam sobre histórico familiar também não são os melhores. Aproximadamente 80% possuem parentes com hipertensão e cerca de 70% têm histórico de doenças cardiovasculares. Nestes casos, acompanhamento próximo realizado por médico especialista é mais do que o recomendado.

Texto publicado originalmente em julho de 2019 no Diário do Grande ABC