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Março é um mês de importantes destaques e, ao mesmo tempo, propício para a reflexão. Uma das datas relevantes é o Dia da Mulher, 8. 

As mulheres merecem de todos nós reverência e respeito. Guerreiras, nunca abaixam a cabeça frente adversidades. Assim, colecionam, historicamente, grandes vitórias, como o direito ao voto (década de 30), emancipação (60), maior participação no mercado de trabalho e na vida política (80), além de tantas outras.

Lamentavelmente, até hoje, são estigmatizadas e descriminadas, sofrem com inúmeros preconceitos. Isso sem falar na violência doméstica e no assédio sexual, recorrentes na vida das brasileiras. 



Deixo aqui minha homenagem e solidariedade às mulheres.  Espero que logo chegue o dia em que alcançaremos a igualdade de gêneros em todos os campos. 

Agora abro um parêntese para outra data memorável de março: 16, o Dia do Clínico Médico. É o especialista capacitado a oferecer atendimento global aos pacientes, com uso racional de exames laboratoriais. 

Considerado o grande integrador da prática da medicina, já que possui o embasamento para exercer qualquer uma das outras especialidades clínicas, desempenha papel fundamental no sistema de Saúde do País. Ser clínico requer, alma, sensibilidade e humanismo, e colocar em primeiro plano o amor ao próximo. 

O bom clínico é aquele com conhecimento e tato para tratar o paciente. Ele coloca o doente como prioridade, não a doença. Seus pacientes têm nome, rostos, famílias e histórico de vida. Não são chamados pelo número do quarto, ou pela marca do plano de saúde ou coisas do gênero. 

É especialista em gente. Gosta de gente, por isso é bom profissional. Sabe estabelecer uma interação com o paciente, não importando sua classe, cor, credo. Tem consciência de que necessita estar pronto para enfrentar as adversidades, quando o paciente contesta, pois se trata de um sagrado direito. 

Sem essa percepção, sem contato humano não é possível estabelecer um diálogo e desenvolver uma anamnese adequada. Lembro de que 70% de todos os diagnósticos são advindos da anamnese e o clínico tem essa capacidade, mantém ainda características do saudoso médico da família.

A despeito da capacidade e da entrega total ao paciente, é um profissional que também enfrenta percalços. É mal remunerado pelos planos de saúde, desvalorizado no Sistema Único de Saúde (SUS), entre tantos outros problemas. 

Fato é que nossa Medicina atravessa momentos difíceis por motivos dos mais distintos. Cito a falta de investimentos, má gestão, o SUS que não funciona adequadamente (embora seja conceitualmente muito bom) e a abertura indiscriminada de faculdades sem estrutura adequada à boa formação. Em meio a tantas dificuldades, mais valor ainda têm a dedicação do clínico médico brasileiro. 

Por tudo isso, aproveito este espaço para deixar minha homenagem como paciente e também como profissional da medicina a nossos clínicos. 

E não há como não citar uma feliz semelhantes entre as mulheres e nossos clínicos médicos: ambos são coração e sabedoria. Obrigado.

Antonio Carlos Lopes, presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica

*Artigo publicado em 12 de março e 2018 no Diário do Grande ABC