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Desde o início do programa Mais Médicos, do Governo Federal, criticamos a proposta de se colocar profissionais sem comprovação de competência para atendimento à população. Nosso entendimento é de que o povo brasileiro merece toda a segurança na assistência à saúde. Portanto, é imperioso que todo e qualquer médico, seja ele do Brasil ou do exterior, precise demonstrar aptidão para exercer a medicina antes de começar a trabalhar. No caso dos formados fora do país, essa comprovação se dá pela prova de revalidação de diplomas. Se o profissional não se submeter ao exame, nunca teremos certeza de que é de fato qualificado para atender à comunidade.



Também não aceitamos a forma como esses estrangeiros, em particular os cubanos, vêm sendo tratados. Ganham muito pouco, ficam confinados em um lugar, sendo que suas famílias recebem R$ 1.200,00 e o restante fica com o governo de Cuba.

Reafirmamos, então, todas as nossas críticas, pois são conteúdo para reflexão. Certamente podem ajudar a corrigir distorções ou a aperfeiçoar ações futuras.

Como cidadãos, jamais viraremos as costas para a forma como os pacientes estão sendo tratados hoje no Brasil. Os médicos encontram dificuldades para o adequado exercício da profissão, por falta de infraestrutura, o que se reflete no atendimento.

A não atenção aos pacientes caracteriza falta de cidadania, de humanismo, além de elitismo. Então, já que temos o programa Mais Médicos como fato consumado, entendemos que precisamos atuar para que ele dê certo, ao mesmo tempo em que tentamos convencer os responsáveis a corrigir os inúmeros equívocos.

Não podemos passar a vida inteira somente criticando. Se não há infraestrutura, trabalhemos para construí-la, para melhorá-la. Se ainda não possuímos preceptores para acompanhar as atividades dos recém-graduados nos rincões do país, que busquemos fazê-lo, por exemplo, por meio eletrônico.

O momento é de pensar, de repensar, e de agir com responsabilidade e humildade. A cidadania deve prevalecer, assim como os saudáveis fundamentos da medicina. É necessário abdicar das vaidades. Ou caminhamos nesse sentido ou não estamos realmente preocupados com a comunidade.

O que devemos garantir, fundamentalmente, é que a população seja atendida em suas demandas de saúde. Afinal, é um direito da população e um dever do Estado, como sufragado na Constituição Federal, apesar do desrespeito à classe médica brasileira.

Antonio Carlos Lopes é presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica