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15 Março 2024
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Recentemente, o Governo Federal anunciou o Programa “Mais Médicos para o Brasil”, que estabelece a vinda de profissionais graduados fora do país sem revalidação do diploma, driblando o arcabouço legal. Pela mesma Medida Provisória, 621-2013, busca instituir que estudantes de medicina devem obrigatoriamente prestar serviços ao Sistema Único de Saúde (SUS) pelo período de dois anos, muitas vezes sem que haja infraestrutura básica e supervisão necessária.

Atitudes imprudentes como essas colocam em risco a saúde da população e por isso têm sido duramente criticadas pelas entidades médicas, pela academia e diversos setores da sociedade civil. Mas, afinal, qual seria a solução para a carência de médicos em regiões remotas?



Encaminhar profissionais para locais que não possuem as condições mínimas para o atendimento é jogar dinheiro público pelo ralo. O médico sozinho não resolve magicamente a precariedade da assistência pública. Pensar que o problema será sanado é simplificar algo muito maior. No SUS falta infraestrutura, medicamentos, equipe auxiliar capacitada e não apenas doutores.

Uma alternativa inteligente seria criar um sistema em que os municípios interessados, após se inscreverem no Ministério da Saúde, receberiam a visita de representantes de uma comissão avaliadora – formada por elementos do governo, entidades médicas e sociedades de especialidade – que julgaria se a cidade possui as exigências imprescindíveis para o trabalho do médico. Assim seria possível documentar a situação do SUS local e, dessa forma, indicar os investimentos prioritários.

Com isso, a melhoria seria realmente efetiva, ou seja, cumpridos os requisitos, certamente não faltariam médicos.  Outra opção é formular um programa em que os formandos de Medicina que servem às Forças Armadas, também possam contribuir com o SUS. Sempre ponderando, é claro, se a localidade oferece suporte físico e supervisão suficientes para o exercício digno da profissão. 

Ao invés de assumir uma postura autoritária, nossos governantes deveriam ouvir os profissionais de saúde, afinal vivemos em uma democracia, onde, teoricamente, a voz de todos deve ser levada em consideração.

Podemos pensar juntos em soluções práticas para a situação. Em linguagem direta: honestamente, o povo brasileiro está cansado de medidas paliativas.

Antonio Carlos Lopes é presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica