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15 Março 2024
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Está consagrado na Constituição que a saúde é um direito do cidadão e um dever do Estado. Ao Governo cabe, então, criar condições adequadas para que a população tenha acesso integral ao Sistema Único de Saúde (SUS), garantindo qualidade e resolutividade.

 

Infelizmente essa não é a realidade que assistimos. Frequentemente, o cidadão que necessita de atendimento médico e depende da rede pública, sofre com o longo tempo na fila de espera aguardando a marcação de consulta. Sua angústia é ainda pior quando se trata de agendar exames e obter os resultados. Esse desequilíbrio do sistema compromete o tratamento e o paciente, não raro, recorre à automedicação ou acaba seguindo a prescrição do farmacêutico que não tem formação para receitar, uma vez que qualquer prescrição pressupõe diagnóstico - procedimento que é da alçada exclusiva do médico.  Na maioria das vezes, essa triste realidade provoca prejuízos aos pacientes e ao próprio SUS, pois gera mais gastos, além de permitir o agravamento da doença e possíveis sequelas, podendo tornar o indivíduo inútil para a família e a sociedade que arcam com esse ônus da incompetência da assistência à saúde....

Está consagrado na Constituição que a saúde é um direito do cidadão e um dever do Estado. Ao Governo cabe, então, criar condições adequadas para que a população tenha acesso integral ao Sistema Único de Saúde (SUS), garantindo qualidade e resolutividade.

 

Infelizmente essa não é a realidade que assistimos. Frequentemente, o cidadão que necessita de atendimento médico e depende da rede pública, sofre com o longo tempo na fila de espera aguardando a marcação de consulta. Sua angústia é ainda pior quando se trata de agendar exames e obter os resultados. Esse desequilíbrio do sistema compromete o tratamento e o paciente, não raro, recorre à automedicação ou acaba seguindo a prescrição do farmacêutico que não tem formação para receitar, uma vez que qualquer prescrição pressupõe diagnóstico - procedimento que é da alçada exclusiva do médico.  Na maioria das vezes, essa triste realidade provoca prejuízos aos pacientes e ao próprio SUS, pois gera mais gastos, além de permitir o agravamento da doença e possíveis sequelas, podendo tornar o indivíduo inútil para a família e a sociedade que arcam com esse ônus da incompetência da assistência à saúde.

Uma consequência de tal desatino é o aumento da procura pela saúde suplementar. De fato, até poderia ser uma alternativa, se funcionasse bem. Mas também não é o que ocorre. Nesta área, os abusos de operadoras contra médicos e pacientes são inúmeros. Tanto que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) acaba de colocar no ar, em rede nacional de televisão, propaganda para alertar os pacientes a não optarem por esse ou aquele plano sem ler detalhadamente os contratos. É que, por trás das letras miúdas, não raramente se escondem surpresas terríveis.

Hoje, aliás, os planos de saúde figuram entre os recordistas de reclamações nos órgãos de defesa dos consumidores. Para agravar a situação, empresas também jogam pesado contra a autonomia do profissional médico. Os honorários vis têm levado muitos a fechar seus consultórios. Só para ter uma ideia, recente estudo da Associação Paulista de Medicina demonstra que, atualmente, os honorários líquidos recebidos de alguns planos de saúde estão na média de R$ 4 a R$ 5. Em outras palavras, o flanelinha chega a ganhar mais do que médico no país.

Não bastasse, também os profissionais de medicina sofrem pressões para reduzir solicitações de exames, de internações e outros procedimentos. Auditores que ignoram completamente o quadro clínico do paciente, forçam altas, transferências para “Home Care” e assim por diante. Não estão nem um pouco preocupados com a saúde e a vida. São pressionados a aumentar a lucratividade dos planos de saúde.

É inadmissível o que acontece na saúde suplementar. Médicos, população, instituições e homens públicos sérios precisam reagir imediatamente. A todos cabe iniciar uma guerra sem tréguas pela humanização e qualidade da assistência aos pacientes. Aos médicos, em particular, mas com o apoio de todos os demais agentes, fica o desafio de não se submeterem a tais desplantes para garantir o que lhe é de mais sagrado: a dignidade do exercício da profissão e a confiança dos pacientes.

 

Antonio Carlos Lopes é Presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica

Artigo publicado em 19/07/2010 no Portal da APM

Artigo publicado em 19/07/2010 no Diário Catarinense

Artigo publicado em 22/07/2010 no Jornal do Commercio