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Entrou em vigor, abril, o sexto Código de Ética Médica reconhecido no Brasil. Revisado após mais 20 anos de vigência do Código anterior, apresenta importantes novidades como a previsão de cuidados paliativos, o reforço à autonomia do paciente, regras para reprodução assistida e a manipulação genética. Também tiveram diretrizes revistas, atualizadas e ampliadas a publicidade médica, conflito de interesses, responsabilidade médica, ao uso do placebo e à interação dos profissionais com planos de financiamento, cartões de descontos ou consórcios.

São alterações de fato relevante que tornam o exercício profissional mais seguro, e colocam-no em consonância com a modernidade, com as mudanças comportamentais e culturais. Uma questão essencial, sempre levada em consideração pela maioria dos médicos, agora é consagrada no papel. Um dos artigos do novo Código determina que as escolhas dos pacientes devem ser respeitadas tanto em relação aos procedimentos diagnósticos, quanto terapêuticos, desde que adequadas ao caso e cientificamente reconhecidas.

Com a entrada em vigor ao novo código, a imprensa voltou, nas últimas semanas, suas luzes para as regras que balizam a nossa medicina. O debate deu visibilidade também a questões incomodas como a relação dos profissionais com laboratórios, os desvios de conduta, entre outros.

Lógico que ao tocar em feridas co corpo médico a mídia incomodou. Muitas têm sido as manifestações individuais de lideranças da área, criticando jornalistas e levantando a tese de que existe uma orquestração para atingir os profissionais de medicina.

Não digo que todo o noticiário seja puro ou impuro. Também não afirmo que não existam outros interesses envolvidos em certas reportagens. Porém, tenho certeza de que a imprensa responsável, a maioria, aliás, busca apenas informar e discutir questões que de fato são passíveis de reflexão.

Como em qualquer área, a medicina tem, sim, suas más ovelhas. São uma minoria, bem raras mesmo. É por isso, inclusive, que os médicos são respeitados pelos cidadãos. Há pesquisas de opinião recentes e de institutos renomados que colocam a classe como a instituição de maior credibilidade no Brasil.

Isso, porém, não pode fazer com que fechemos os olhos e ignoramos as exceções. Temos de olhar para a parte pobre do corpo e tentar salvá-la. Quando não houver jeito, deve ser extirpada. É com esse intuito, também, que temos um Código de Ética.

Deixar o paciente em segundo plano para ganhar migalhas de laboratórios, da indústria de equipamentos ou de quem quer que seja é totalmente condenável. Assim como são condenáveis desvios de conduta que certas vezes começam ainda na estrada para o exercício da medicina, como os trotes violentos registrados cada vez com mais freqüência.

Queremos uma medicina cada vez mais íntegra e comprometida com a saúde dos brasileiros. Este é o foco, foi para isso que fizemos o Juramento de Hipócrates.

Entrou em vigor, abril, o sexto Código de Ética Médica reconhecido no Brasil. Revisado após mais 20 anos de vigência do Código anterior, apresenta importantes novidades como a previsão de cuidados paliativos, o reforço à autonomia do paciente, regras para reprodução assistida e a manipulação genética. Também tiveram diretrizes revistas, atualizadas e ampliadas a publicidade médica, conflito de interesses, responsabilidade médica, ao uso do placebo e à interação dos profissionais com planos de financiamento, cartões de descontos ou consórcios.

São alterações de fato relevante que tornam o exercício profissional mais seguro, e colocam-no em consonância com a modernidade, com as mudanças comportamentais e culturais. Uma questão essencial, sempre levada em consideração pela maioria dos médicos, agora é consagrada no papel. Um dos artigos do novo Código determina que as escolhas dos pacientes devem ser respeitadas tanto em relação aos procedimentos diagnósticos, quanto terapêuticos, desde que adequadas ao caso e cientificamente reconhecidas.

Com a entrada em vigor ao novo código, a imprensa voltou, nas últimas semanas, suas luzes para as regras que balizam a nossa medicina. O debate deu visibilidade também a questões incomodas como a relação dos profissionais com laboratórios, os desvios de conduta, entre outros.

Lógico que ao tocar em feridas co corpo médico a mídia incomodou. Muitas têm sido as manifestações individuais de lideranças da área, criticando jornalistas e levantando a tese de que existe uma orquestração para atingir os profissionais de medicina.

Não digo que todo o noticiário seja puro ou impuro. Também não afirmo que não existam outros interesses envolvidos em certas reportagens. Porém, tenho certeza de que a imprensa responsável, a maioria, aliás, busca apenas informar e discutir questões que de fato são passíveis de reflexão.

Como em qualquer área, a medicina tem, sim, suas más ovelhas. São uma minoria, bem raras mesmo. É por isso, inclusive, que os médicos são respeitados pelos cidadãos. Há pesquisas de opinião recentes e de institutos renomados que colocam a classe como a instituição de maior credibilidade no Brasil.

Isso, porém, não pode fazer com que fechemos os olhos e ignoramos as exceções. Temos de olhar para a parte pobre do corpo e tentar salvá-la. Quando não houver jeito, deve ser extirpada. É com esse intuito, também, que temos um Código de Ética.

Deixar o paciente em segundo plano para ganhar migalhas de laboratórios, da indústria de equipamentos ou de quem quer que seja é totalmente condenável. Assim como são condenáveis desvios de conduta que certas vezes começam ainda na estrada para o exercício da medicina, como os trotes violentos registrados cada vez com mais freqüência.

Queremos uma medicina cada vez mais íntegra e comprometida com a saúde dos brasileiros. Este é o foco, foi para isso que fizemos o Juramento de Hipócrates.

 

Antonio Carlos Lopes é Presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica

Artigo publicado em 02/05/2010 no Jornal da Tarde