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Voltaram a figurar na imprensa, nos últimos dias, notícias relacionadas à interiorização da Medicina. Todos sabemos que o Brasil tem carência enorme de profissionais médicos em áreas de difícil acesso. Seria perfeito se, entre as reportagens, houvesse alguma dando conta de que o governo elaborou política consistente e responsável para resolver o problema...

Voltaram a figurar na imprensa, nos últimos dias, notícias relacionadas à interiorização da Medicina. Todos sabemos que o Brasil tem carência enorme de profissionais médicos em áreas de difícil acesso. Seria perfeito se, entre as reportagens, houvesse alguma dando conta de que o governo elaborou política consistente e responsável para resolver o problema.

Porém, não é o que ocorre. Podemos citar como exemplo a política anunciada no fim de 2009 que sugeriu a criação de facilidades para a convocação de médicos ao serviço militar obrigatório, mesmo após dispensados anteriormente por excesso de contingente. Mais recentemente, também apontou a possibilidade de financiar o estudo de alunos em escolas particulares de Medicina, tendo como contrapartida a prestação de serviços em áreas remotas após a graduação.

Ora, são propostas irresponsáveis e que não tratam a Medicina e a saúde com o respeito que merecem. As entidades médicas brasileiras, entre elas a Sociedade Brasileira de Clínica Médica, já se posicionaram firmemente contra tais sandices. No caso do serviço militar obrigatório, é um absurdo achar que é possível transformar o recém formado em mão de obra remanejável apenas porque o governo não tem capacidade de equacionar os problemas da assistência aos cidadãos.

Já o financiamento de bolsas nos moldes propostos, acabaria, de fato, enriquecendo os maus empresários da educação. Colocar dinheiro em escolas que oferecem formação de má qualidade e não possuem estrutura adequada é um atentado contra a população. Um médico mal formado não é alento à comunidade e pode representar grave risco à saúde.

Para resolver esse gargalo do sistema de saúde, precisamos de uma política transparente, racional, que considere as necessidades da população e trate com respeito os recursos humanos. É necessário remuneração adequada, possibilidade de educação continuada permanente, boas condições para o exercício profissional, entre outros pontos.

Enfim, precisamos urgentemente de bom senso. Não será com encaminhamentos esdrúxulos e equivocados que pagaremos a dívida social que temos com os desassistidos.  Precisamos, sim, é de postura pública e dignidade, o que envolve o resgate do Sistema Único de Saúde e o plano de carreira dos seus médicos.

 

Prof. Dr. Antonio Carlos Lopes é Presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica

Artigo publicado em 01/03/2010 no Jornal do Commercio

Artigo publicado em 02/03/2010 no Diário Catarinense

Artigo publicado em 07/03/2010 no jonal Estado de Minas