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15_Polineuroradiculopatia_RBCM_v10_n1

Rev Bras Clin Med. São Paulo, 2012 jan-fev;10(1):76-9

Polineuroradiculopatia por citomegalovírus em paciente imunocompetente. Relato de caso*

 

Cytomegalovirus is polyradiculoneuropathy in an immunocompetent patient. Case report

 

Luiz José de Souza1, Paulo César Leitão Paravidini2, Caroliny Samary Souza Lobato3, Luiza Assed de Souza4, Luiza Damian Ribeiro Barbosa4

 

*Recebido do Centro de Referência da Dengue do Hospital dos Plantadores de Cana. Campos dos Goytacazes, RJ.

RESUMO

 

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A citomegalovirose é uma infecção causada pelo citomegalovírus (CMV) e, quando manifestada clinicamente, produz sintomas leves em indivíduos imunocompetentes. As complicações durante o curso da infecção estão geralmente relacionadas a situações de imunodeficiência. O objetivo deste estudo foi relatar um caso raro de polirradiculoneuropatia por CMV em adolescente previamente hígida sem relação com imunodeficiência.

RELATO DO CASO: Paciente do sexo feminino, 13 anos, imunocompetente, apresentou quadro inicial de cefaleia, febre, mialgia e artralgia, evoluindo com queixa de mialgia cervical, parestesia de mãos e pés e fraqueza muscular que dificultava a deambulação. A eletroneuromiografia evidenciou sinais compatíveis com miopatia neurogênica, sugerindo um quadro de polirradiculoneuropatia desmielinizante. Foram realizadas sorologias para CMV, confirmando o diagnóstico etiológico.

CONCLUSÃO: A polirradiculoneuropatia por CMV não associada à síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA) ou outras imunodeficiências é uma complicação esperada, porém rara da infecção por este vírus, não necessitando de nenhum tratamento específico à medida que o acometimento neurológico seja autolimitado. O acompanhamento clínico rigoroso se faz necessário, já que se trata de uma entidade de evolução imprevisível, dependente da resposta imunológica de cada hospedeiro.

Descritores: Citomegalovírus, Polineuroradiculopatia.

 

SUMMARY

 

BACKGROUND AND OBJECTIVES: Cytomegalovirus (CMV) infection is caused by CMV and when manifested clinically produces mild symptoms in immunocompetent individuals. Complications during the course of infection are usually related to situations of immunodeficiency. The aim of this study was to report a rare case of CMV polyradiculoneuropathy in previously healthy teenager with no relation to immunodeficiency.

CASE REPORT: Female patient, 13 years old, immunocompetent, presented the initial headache, fever, myalgia and arthralgia, myalgia progressing with complaints of neck, numbness of hands and feet, and muscle weakness that impair ambulation. Electromyography showed signs compatible with neurogenic myopathy, suggesting a picture of demyelinating polyradiculoneuropathy. CMV serology was performed, confirming the diagnosis.

CONCLUSION: The cytomegalovirus’s polyradiculoneuropathy not associated with acquired immunodeficiency syndrome (AIDS) or other immunodeficiency’s is an expected complication but rare infection by this virus does not require any specific treatment as the neurological involvement is self-limited. The strict clinical monitoring is necessary, since it is an entity of unforeseeable change, dependent on the immune response of each host.

Keywords: Cytomegalovirus, Polyradiculoneuropathy.

 

INTRODUÇÃO

 

O citomegalovírus (CMV) é um vírus pertencente à família Herpesviridae, da subfamília Betaherpesvirinae, com genoma constituído por DNA e simetria icosaédrica1,2. É o agente etiológico da citomegalovirose, ou citomegalia ou doença de inclusão citomegálica2. Outros vírus do grupo Herpes conhecidos por infectar humanos são herpes simples tipo 1 e 2, varicela-zoster, Epstein-Barr vírus (EBV), dentre outros. A infecção pelo CMV ocorre em várias regiões do mundo, com soroprevalência de cerca de 40% a 60% em países do hemisfério Norte e 80% a 100% na América Latina1, com condições socioeconômicas e culturais variadas1,3.

A infecção ocorre habitualmente na infância ou na juventude1,3 e a transmissão por contato com fluidos corporais ou secreções de indivíduos infectados1,2, como secreções de orofaringe, sangue e urina. Dentre as formas de contágio além da interpessoal, incluem-se a transmissão vertical, sexual, infecção congênita e transmissão iatrogênica1.

O CMV se replica nas células epiteliais da árvore respiratória, glândulas salivares e rim1,3. Neste último, as células tubulares podem eliminar o vírus por um período prolongado, levando a sua presença na urina por longo período. Também está presente em grande quantidade em secreções cervicais, principalmente na fase final da gestação2. Durante a infecção, ocorre disseminação hematogênica e durante a viremia o vírus está associado a linfócitos ou polimorfonucleares, estando a suscetibilidade celular do hospedeiro relacionada à sua idade2,3. Desde que a infecção tenha ocorrido, o vírus e seu genoma persistem por toda vida no hospedeiro, usualmente silenciosos. Entretanto, essas infecções latentes estão sujeitas a reativação, podendo levar a quadros clínicos muito graves especialmente em pacientes imunodeprimidos síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA), submetidos à quimioterapia por câncer ou transplantados)1,2,4-11.

A citomegalovirose usualmente é assintomática, e quando expressa clinicamente pode causar a síndrome mononucleose-símile, caracterizada por febre que pode cursar por período prolongado, astenia, linfadenopatia, hepato e/ou esplenomegalia. Pode ocorrer exsudato de amígdalas palatinas, e pode surgir icterícia e exantema maculopapular após administração de ampicilina ou similares1-3. Dentre os exames laboratoriais o hemograma característico apresenta linfocitose absoluta e relativa, com atipia linfocitária e as transaminases hepáticas podem estar alteradas também na fase aguda da doença1-3. Na maioria absoluta dos casos o quadro de citomegalovirose é autolimitado e benigno2,3.

Dentre as complicações passíveis de ocorrer são relatados pneumonia intersticial, hepatite, miocardite, púrpura trombocitopênica, anemia hemolítica e manifestações neurológicas (meningoencefalite, síndrome de Guillain-Barré, polirradiculoneurite), as quais estão comumente associadas à imunodeficiências1-11.

A infecção pelo CMV vem tomando novas proporções diante do aprimoramento e da quantidade de transplantes de órgãos realizados nas últimas duas décadas. Dessa forma, muitos recursos diagnósticos já foram desenvolvidos e o arsenal terapêutico específico para o tratamento da doença causada por este vírus não param de crescer11. O diagnóstico não pode ser realizado com base nas manifestações clínicas, sendo necessário exames complementares1-3,11,12. Dentre os métodos, pode ser realizada detecção direta do vírus na urina, saliva ou líquor (se houver presença de encefalite), cultivo de amostras em fibroblastos humanos, detecção do antígeno da matriz do CMV (ou antigenemia), ou ainda por técnicas moleculares (ELISA – Enzime-linked Immunosorbed Assay- e PCR - Reação em Cadeia da Polimera­se1,2,11,12. Estudos atuais estão avaliando a eficácia de técnicas de real time PCR para o diagnóstico de CMV12, não realizado neste caso por questões operacionais. O PCR parece tornar o diagnóstico mais precoce, e a sorologia por ELISA positiva após cerca de quatro semanas de infecção, permanecendo elevados por anos1,2. É necessário acompanhamento sorológico e conhecimento de determinadas situações que podem falsear o resultado da sorologia1.

Geralmente não se indica tratamento com antivirais para pacientes imunocompetentes com a síndrome mononucleose-símile por tratar-se de doença autolimitada e de curso benigno1-3. O cuidado a estes pacientes limita-se ao tratamento sintomático do  quadro febril. Apesar dos benefícios, a toxicidade dos antirretrovirais é ainda um problema importante, estando restrita a infecção pelo CMV em pacientes imunocomprometidos1,2. Os antirretrovirais aprovados atualmente são o ganciclovir, foscarnet e cidofovir1,2,9. A prevenção da doença por CMV pode ser feita com o uso profiláticos de ganciclovir ou valaciclovir ou de imunoglobulina (Ig CMV) em caso de transplantes de órgãos1,2,11.

Embora a maioria das infecções pelo CMV seja assintomática ou causem sintomas leves, este vírus pode causar sérias lesões em recém-nascidos e imunodeficientes1-3,5-10, podendo levar à uma série de complicações de alta morbidade e mortalidade4-10. Além da reativação de vírus latentes, pacientes imunodeprimidos podem ser submetidos a transfusões de componentes sanguíneos contendo vírus latentes, receber órgãos contendo CMV (medula, rins, coração, fígado, pulmões, entre outros), ou ainda podem ser submetidos a diálises em equipamentos contaminados com vírus, aumentando o seu risco de exposição a infecção pelo CMV1,2,11,12.

Ao replicar no paciente imunologicamente comprometido, o CMV pode modular a resposta imune e colaborar para o desencadeamento de problemas clínicos mais complicados do que aqueles observados nos indivíduos imunocompetentes1,4-8. Uma dessas complicações mais graves relatadas nestes indivíduos é o acometimento do sistema nervoso central (SNC), porém muito pouco se tem descrito na lite­ratura sobre essas complicações em indivíduos imunocompetentes.

O objetivo deste estudo foi relatar um caso raro de polirradiculoneuropatia por CMV em adolescente previamente hígida sem associação com SIDA ou outra causa de imunodeficiência.

 

RELATO DO CASO

 

Paciente do sexo feminino, 13 anos, negra, estudante, natural e residente em Campos dos Goytacazes, RJ apresentou quadro de cefaleia, febre, mialgia e artralgia de início há 4 dias antes da procura pelo atendimento médico. No 14º dia de evolução retornou à mesma unidade de atendimento com queixa de mialgia cervical, parestesia de mãos e pés, fraqueza muscular que limitava suas atividades além de dificuldade de deambulação. Ao exame clínico a paciente estava bem orientada no tempo e no espaço, cooperativa, normocorada, hidratada, anictérica, acianótica, afebril, eupneica; ausência de linfonodos submandibulares ou cervicais palpáveis; ausculta cardíaca apresentando ritmo regular em 2 tempos sem sopros audíveis, frequência cardíaca de 80 bpm, pressão arterial = 120 x 80 mmHg; ausculta pulmonar com murmúrio vesicular presente bilateralmente sem ruídos adventícios, frequência respiratória de 12 irpm; abdômen atípico, peristáltico, flácido, depressível, indolor à palpação superficial e profunda, espaço de Traube livre à percussão, fígado e visceromegalias impalpáveis; membros inferiores apresentando musculatura do quadríceps moderadamente dolorosa à palpação bilateralmente, com leve predomínio à direita, sem edema, panturrilhas livres, pulsos pedioso e tibial posterior palpáveis e simétricos. Exame neurológico: disbasia, pupilas fotorreagentes e isocóricas, nuca livre, ausência de alterações dos nervos cranianos, tetraparesia proximal com hipotonia muscular e arreflexia difusa nos quatro segmentos, com preservação da sensibilidade e propriocepção.

Aos exames complementares na admissão apresentou: hemácias 5.170 M/uL, hemoglobina 12,1 g/dL, hematócrito 38,6%, VCM 74,7 fL, HCM. 23,3 pg, CHCM 31,2 g/dL, RDW 4,9%, leucócitos 7,240/uL diferencial (0/0/0/18,3/67/10,6/2,29/1,72), plaquetas 283.000/mm3, VHS 10 mm, proteína C-reativa 0,04, dehidrogenase lática (LDH) 484U/L, creatinofosfoquinase (CPK) 131 U/L, anti-HIV não reagente, anticorpos anti-dengue IgM não reagente, toxoplasmose IgG 0,2UI/mL e IgM 0,27UI/mL. Sorologias realizadas para CMV e EBV estão apresentadas na tabela 1. Análise do líquor obtido por punção lombar realizada após 30 dias do início dos sintomas apresentou as características evidenciadas na tabela 2. A eletroneuromiografia realizada no período da internação mostrou: avaliação muscular de membros superiores e inferiores com sinais compatíveis com miopatia neurogênica; estudo da neurocondução sensorial e motora apresentando a onda F retardada e o reflexo H ausente nos membros superiores e inferiores, e acentuado retardo das latências no estudo sensorial dos membros inferiores, sugerindo um quadro de polirradiculoneuropatia desmielinizante a partir destes resultados associados à história clínica da paciente. Durante o período de internação foram realizadas medidas de suporte e acompanhamento sorológico para CMV e EBV, havendo melhora da mialgia, porém sem mudanças do quadro neurológico, sendo encaminhada para acompanhamento ambulatorial. O seguimento sorológico foi realizado até 12 semanas após o início dos sintomas (Tabela 1).

Durante as 4 primeiras semanas após o início do quadro clínico as sorologias foram positivas para CMV e EBV. Após 4 a 5 semanas observou-se que o IgG para CMV aumentou mais de 10 vezes (2500 UA/mL) em relação ao valor da sorologia anterior (231 UA/mL), além da persistência da positividade para EBV IgM e IgG. A sorologia realizada após 12 semanas mostrou diminuição do IgM para CMV, persistência da positividade do IgG CMV e foi negativo para EBV IgM e IgG. O gráfico 1 apresenta o acompanhamento dos níveis sorológicos para CMV realizados durante 12 semanas, mostrando diminuição progressiva do IgM para CMV e aumento dos valores de IgG para CMV seguido de sua estabilidade após 4 a 5 semanas.

Oito semanas após o início do quadro clínico a paciente apresentou melhora considerável do quadro neurológico sem demais queixas e alterações, permanecendo em acompanhamento clínico, neurológico e fisioterápico. Houve reversão completa do quadro neurológico após 12 semanas do início dos sintomas.

 

DISCUSSÃO

 

O quadro clínico em questão apresentou caráter de evolução aguda, com comprometimento neurológico rápido, porém autolimitado. Desde os primeiros exames laboratoriais realizados, os resultados sempre corroboraram com a etiologia viral: o primeiro hemograma realizado mostrava uma linfocitose importante apesar de uma leucometria normal, além de VHS e proteína C-reativo baixo. Assim, iniciou-se uma investigação laboratorial para a identificação correta do agente causador, concomitantemente a um acompanhamento clínico rigoroso devido ao quadro neurológico. Não foi necessário internação em unidade de terapia intensiva devido à estabilidade do quadro. Porém, cabe ressaltar que nos envolvimentos do sistema nervoso em diversas doenças sempre há a possibilidade de evolução rápida para quadros extremamente graves, devendo o acompanhamento clínico sempre ser o mais rigoroso possível para promover o suporte rápido e eficaz caso se agrave.

A abordagem mais comumente utilizada para o diagnóstico da citomegalovirose associa o isolamento viral em amostras apropriadas com a elevação de quatro vezes ou mais dos títulos de anticorpos ou a persistência dos títulos elevados1. O caso apresentado corrobora com esta abordagem, já que houve um aumento dos anticorpos contra CMV em mais de 10 vezes em relação o valor inicial seguido da persistência desses valores, além da sua presença no líquor da paciente. O isolamento do vírus no líquor não foi possível provavelmente pela realização tardia da punção lombar, quando possivelmente não havia títulos detectáveis do CMV.

A presença de anticorpos contra EBV até 4/5 semanas do quadro clinico inicial não permitiu o diagnóstico definitivo até a sua negativação após 12 semanas. De fato, o método ELISA pode permitir um cruzamento na positividade entre o CMV e EBV, mostrando que é um método sensível, porém com baixa especificidade para estes dois vírus nas fases iniciais da doença. Por isso a necessidade de um longo acompanhamento sorológico para a identificação do agente etiológico correto. A reação em cadeia da polimerase não apresenta esta desvantagem, sendo um método mais rápido e sensível na determinação da etiologia.

As raras descrições publicadas na literatura sobre as complicações neurológicas da infecção pelo CMV descrevem-na como uma entidade clínica sempre associada à SIDA1-10, sendo a polirradiculopatia uma das manifestações mais frequentes nestes pacientes2-8,10. Thurnher, Post e Jinkins10 mostraram que a maioria desses casos se deve ao acometimento extramedular/intradural através da avaliação da medula espinhal por ressonância nuclear magnética de pacientes com SIDA.

O EBV também pode causar um quadro neurológico semelhante4,13-15, constituindo um diagnóstico diferencial importante juntamente com a síndrome de Guillain-Barré16,17. O EBV em situações raras pode cursar em crianças e jovens com importante acometimento do SNC, podendo até mesmo causar sequelas15. Em relação ao caso apresentado, a hipótese de EBV foi descartada de acordo com o acompanhamento sorológico. Outros diagnósticos diferenciais a serem considerados são a polirradiculite tuberculosa18, a causada pelo vírus Herpes Simplex16 e a decorrente da infecção do SNC pelo Mycoplasma pneumoniae19,20.

Existem vários métodos investigativos para o diagnóstico do CMV, sendo que a sorologia (por ELISA) e a amplificação molecular por reação em cadeia de polimerase (PCR) são as mais utilizadas1,2,11,12, já que a cultura do vírus não está disponível em muitos serviços e pode resultar num resultado falso-negativo11,12. O presente caso teve o diagnóstico realizado por sorologia para CMV de forma satisfatória.

O tratamento de infecções por CMV em indivíduos saudáveis não é recomendado1, e o tratamento dos processos patológicos em pacientes imunocompetentes deve ser individualizado, já que não existem estudos mostrando eficácia de fármacos no controle clínico desta doença1-3,8. Em indivíduos imunocomprometidos o tratamento deve ser rapidamente iniciado e eficiente, com a utilização de antirretrovirais, corticoides e até mesmo imunoglobulina, já que esta infecção está relacionada a um alto índice de mortalidade2,4,7-10. Estudos sobre o uso de corticosteroides em diversos acometimentos do SNC vêm sendo realizados desde finais das décadas de 195020 e 196019. Apesar destes estudos, ainda não há resultados conclusivos nem consenso sobre o uso atual destes fármacos. Ainda assim, os corticosteroides podem ser utilizados em encefalites e outros acometimentos extremamente graves do SNC12, ou em situações de falência do tratamento com antirretrovirais. O caso relatado não necessitou de nenhum tratamento clínico específico, já que o quadro neurológico foi autolimitado e regrediu espontaneamente.

É importante evidenciar que muitos casos semelhantes ao relatado podem ter diagnóstico precipitadamente errôneo pela semelhança do quadro inicial com outras doenças (mononucleose infecciosa por EBV, síndrome Guillain-Barré), levando ao uso de medidas terapêuticas desnecessárias e até mesmo inapropriadas. Uma boa anamnese, investigação adequada e ajuda de clínicos experientes permitem a melhor conduta e tranquilização do paciente.

 

REFERÊNCIAS

 

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1. Coordenador do Centro de Referência da Dengue, Diagnóstico e Tratamento. Chefe da Enfermaria de Clínica Médica no Hospital dos Plantadores de Cana. Professor Assistente da Disciplina de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Campos. Campos dos Goytacazes, RJ, Brasil.

2. Professor Assistente da Disciplina de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Campos. Campos dos Goytacazes, RJ, Brasil.

3. Médica Residente de Clínica Médica do Hospital Escola Álvaro Alvim. Campos dos Goytacazes, RJ, Brasil.

4. Graduanda Interna (5º Ano) da Faculdade de Medicina de Campos. Campos dos Goytacazes, RJ, Brasil.

 

Apresentado em 15 de fevereiro de 2010

Aceito para publicação em 05 de dezembro de 2010

 

Endereço para correspondência:

Dr. Luiz José de Souza

Avenida Alberto Torres, 217 – Centro

28035-580 Campos dos Goytacazes, RJ.

Fone/Fax (22) 2723-9243

E-mail: sbcmrj@gmail.com e luizassed@hotmail.com

 

© Sociedade Brasileira de Clínica Médica

RELATO DE CASO

Tabela 1 – Resultados das sorologias (ELISA) IgM e IgG realizadas para citomegalovírus (CMV) e Epstein-Barr vírus (EBV) durante o acompanhamento clínico da paciente.

Semanas Após o Início do Quadro Clínico

IgM CMV

IgG CMV

IgM EBV

IgG EBV

2 semanas

4,24 UA/mL*

Não realizado

Reagente

Reagente

3 semanas

3,79 UA/mL*

231 UA/mL**

Reagente

Reagente

4 - 5 semanas

3,07 UA/mL*

2500 UA/mL**

Reagente

Reagente

12 semanas

0,9 UA/mL*

2500 UA/mL**

Não reagente

Não reagente

*valores de referência: < 0,4 UA/mL: negativo; 0,4 a 0,5 UA/mL: indeterminado; > 0,5 UA/mL: positivo

**valores de referência: normal: 15 UA/mL

Tabela 2 – Análise do líquor

Glicose

67 mg/dL

Proteínas

8 mg/dL

Citologia global

38 cel/mm3

Polimorfonucleares

10%

Mononucleares

90%

Sorologia (ELISA)

IgM negativo para CMV – 0,1 UA/mL*

Sorologia (ELISA)

IgG positivo para CMV – 106,2 UA/mL**

Sorologia (ELISA)

IgM não reagente para EBV

Sorologia (ELISA)

IgG não reagente para EBV

*valor de referência para negatividade: < 0,4 UA/mL.

**valor de referência para positividade: >15 UA/mL.

Polineuroradiculopatia1.jpg

3000

2500

2000

1500

1000

500

0

2ª sem 3ª sem 4ª/5ª sem 12ª sem

1

4,24

3,79

231

2500

3,07

2500

0,9

4,5

4

3,5

3

2,5

2

1,5

1

0,5

0

IgG

IgM

Gráfico 1 – Sorologias (ELISA) IgM e IgG realizadas para CMV mostrando a sua evolução durante 10 semanas após o início dos sintomas.


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