Lesão renal aguda por consumo de carambola: relato de caso e revisão da literatura

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Alexandre Roberti
Mauri Félix de Sousa
Mayra Rabelo dos Santos
Isadora de Oliveira Cavalcante
Isadora Roberta de Oliveira
Jéssica Caroline de Oliveira
Jhulia Gabriela Duarte de Sousa

Resumo

A carambola pode gerar quadros variáveis de intoxicação quando ingerida por pacientes com nefropatia crônica, em diálise ou não, tendo sido descritos diversos casos na literatura. Não obstante, há relatos de indivíduos com função renal normal que se intoxicaram depois de ingerir grandes quantidades de carambola, fato raramente relatado na literatura. O presente estudo objetivou relatar um caso de lesão renal aguda causada pelo consumo de carambola, sem histórico de nefropatia prévia, e realizar uma revisão detalhada da literatura médica pertinente. Paciente do gênero masculino, 56 anos, hipertenso, dislipidêmico e diabético, procurou atendimento médico três dias após o surgimento de quadro agudo, apresentando xerostomia, anorexia, náuseas, tenesmo, discreto aumento do ritmo intestinal e oligúria. Ao exame físico, apresentava-se em regular estado geral, acianótico, anictérico, afebril, hipocorado (2+/4+), desidratado, confuso e com tremores de extremidades. Foram observados níveis alterados de ureia e creatinina, sendo o paciente internado e iniciando hidratação imediata. Cerca de uma semana antes da internação, ele havia consumido grande quantidade de carambola, tanto in natura com sal como seu suco, por três dias. Os níveis de ureia e creatinina retornaram ao normal, quatro meses após a internação. Neste relato, o paciente desenvolveu lesão renal aguda depois de elevado consumo de carambolas, apresentando simultaneamente efeitos neurotóxicos leves e lesão renal aguda em fase inicial. Considerando que tal fruta tem uso medicinal popular no Brasil, deve-se estar atento para a ocorrência de toxicidade, principalmente em pacientes nefropatas crônicos.

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Seção
Relatos de Casos