Medicina Hospitalar como ferramenta de segurança: comparação do desempenho de médicos hospitalistas com equipe de cuidados tradicionais no Sistema Único de Saúde do Brasil

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Tiago Daltoé
Luciano Bauer Grohs
Stevie Horbach
Stela Scaglioni Marini
Lívia Biason
Rogério Carlet
Cláudio Adolfo Grehs Filho
Ana Paula Lazzarotto
Débora Hoffmann Loro

Resumo

JUSTIFICATIVA E OBJETIVO: No Brasil, desde a criação do Sistema Único de Saúde, o acesso aos cuidados de saúde é um direito do cidadão e um dever do Estado. Atualmente, 70% da população são assistidas exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde, o que ocasiona a necessidade de racionalização dos recursos. Assim, esforços para a melhoria da eficácia, garantia da segurança e qualificação da atenção dispensada aos pacientes são necessários em todos os níveis. O estudo descreveu o impacto de uma equipe de Medicina Hospitalar no contexto do Sistema Único de Saúde no Brasil. MÉTODOS: Trata-se de estudo observacional descritivo. Em julho de 2011, uma equipe de Medicina Hospitalar passou a assistir os pacientes clínicos do Sistema Único de Saúde, sendo abolidos os cuidados pelo método tradicional. Neste estudo, os autores compararam índices de morbidade hospitalar utilizados no monitoramento do desempenho dos serviços médicos obtidos pelas duas equipes médicas diferentes, em dois períodos consecutivos de 6 meses. Os dados dos pacientes foram coletados a partir do sistema informatizado do hospital. RESULTADOS: Comparando os dois períodos, houve significativo aumento do escore de Charlson (2,5±2,0 versus 3,3±2,1) com diminuição do tempo médio de internação em dias (8,5±1,8 versus 6,0±1,1) assim como da ocorrência de infecção hospitalar em percentual de pacientes (5,2±0,9 versus 2,8±1,8). Ao se comparar a mortalidade nos dois períodos, observou-se diferença significativa ao se controlar a análise pelo índice de comorbidades de Charlson. Quando se comparou a mortalidade nos dois períodos, diferença significativa pôde ser vista, controlando-se a análise pelo escore de gravidade (5/261 versus 8/321; p=0,033). Ao que se referem às reinternações, não houve diferença na comparação dos períodos em 30 dias (61/261 versus 55/321; p=0,508). CONCLUSÃO: Considerando a realidade de falta de leitos hospitalares, as iniciativas que diminuem o tempo de internação, sem prejudicar a assistência, devem ser alvo de avaliação e incentivo financeiro por parte dos gestores públicos.

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Artigos Originais