O uso da terapia farmacológica para a profilaxia do delirium: revisão sistemática

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Christian Makoto Ito
Lucas Eduardo Pedri

Resumo

Delirium é uma emergência geriátrica, com grande prevalência entre os idosos internados, de alto custo financeiro à saúde pública e grande impacto negativo na Qualidade de Vida e no prognóstico dos pacientes. Por ser uma condição clínica multifatorial, múltiplas estratégicas – farmacológicas e não farmacológicas – devem ser abordadas para sua prevenção. Assim, o objetivo deste trabalho foi revisar as evidências do uso da terapia farmacológica para a profilaxia do delirium, por meio de busca eletrônica de ensaios clínicos randomizados publicados nos últimos 10 anos nas bases de dados MEDLINE e LILACS. Foram incluídos 11 artigos. As classes utilizadas foram antipsicóticos, anticolinesterásicos e outras. A maioria dos trabalhos tinha população composta apenas por idosos, submetidos a cirurgias diversas. Dos cinco estudos que analisaram os antipsicóticos, apenas um não apresentou efetividade na profilaxia do delirium. Os três artigos que avaliaram os anticolinesterásicos demonstraram que essa classe não é efetiva na prevenção dessa doença. Outros fármacos, como a gabapentina e a melatonina, também mostraram diminuição significativa do delirium. A risperidona e a olanzapina podem ser boas opções em idosos submetidos a procedimentos cirúrgicos de emergência para profilaxia de delirium. O mesmo benefício não pode ser atribuído aos anticolinesterásicos. A gabapentina e a melatonina mostraram-se promissoras no arsenal profilático de combate a essa doença, mas, pelos poucos dados disponíveis, são necessários novos trabalhos. Apesar da importância do delirium em pacientes clínicos, quase não há artigos para sua profilaxia farmacológica, fato que abre oportunidades para estudos adicionais.

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Artigos de Revisão