Contagem de leucócitos e morbimortalidade no infarto do miocárdio

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Paula Tavares Guimarães
João Victor Vezali Costardi
Flávia Trino de Moraes
Camila Carvalho Dias Pinto
Maria Beatriz Sayeg Freire
Luís Henrique Bignotto

Resumo

Objetivo: Avaliar a associação entre maiores níveis da contagem total de leucócitos periféricos e relação neutrófilos/linfócitos obtidos na admissão hospitalar, bem como a morbimortalidade em pacientes diagnosticados com infarto do miocárdio. Métodos: Avaliamos 276 pacientes com infarto agudo do miocárdio, entre janeiro de 2014 e novembro de 2015. Os dados clínicos e laboratoriais foram obtidos e relacionados a: internação, complicações intra-hospitalares, readmissões e mortalidade em 30 dias pós-internação. Resultados: A idade média foi 61 anos e 66,7% eram homens. Pacientes com complicações, comparados ao grupo sem complicações, eram mais velhos (60,85 vs. 62,54; p=0,053), tinham níveis de leucócitos (10,23 vs. 11,78; p=0,001) e neutrófilos (7,17 vs. 8,38; p=0,020) aumentados, doença multiarterial (38,2% vs. 74,5%; p<0.001) e supradesnivelamento de ST (49,3 vs. 65,1; p=0,039). Dois grupos foram constituídos pela mediana (10,56) dos leucócitos e demonstraram-se incidências mais elevadas de choque cardiogênico (p<0,001) e mortes (p=0,031) no grupo com maior leucocitose. Houve associação significativa entre leucócitos >10,56 e valores superiores de CK-MB (p=0,001) e troponina (p=0,039). Conclusão: Houve associação entre aumento dos níveis de leucócitos e maior incidência de complicações intra-hospitalares, incluindo morte, até 1 mês após alta hospitalar em pacientes com infarto agudo do miocárdio. A contagem de leucócitos mostrou relação mais evidente do que a relação neutrófilos/linfócitos e sua fácil acessibilidade colocá-o como ferramenta útil para determinação do prognóstico em pacientes com infarto do miocárdio.

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Artigos Originais