Distúrbios psiquiátricos menores em mulheres do extremo Sul do Brasil: prevalência e fatores associados

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Valéri Pereira Camargo
Renato Henrique Silva Nóbrega
Isabela Fonseca da Silva
Raúl Andrés Mendoza-Sassi

Resumo

Justificat iva e Objetivos: A prevalência de distúrbios psiquiátricos menores (DPM) pode variar ao longo do tempo, ser mais frequente entre mulheres e estar influenciada por diversos fatores, alguns deles modificáveis. Este estudo, portanto, objetivou identificar essa prevalência e os fatores associados em um grupo de mulheres residentes no sul do Brasil. Métodos: Estudo transversal, realizado em município de porte médio do Extremo Sul do Brasil em 2011. Foram entrevistadas mulheres com 18 anos ou mais nos domicílios selecionados. O desfecho foi distúrbios psiquiátricos menores, avaliado com a aplicação do instrumento Self-Report Questionnaire (SRQ20) e utilizando um ponto de corte 7/8. Foram analisadas variáveis sócio demográficas, comportamentais e de saúde. Na análise estatística calculou-se a prevalência de distúrbios psiquiátricos menores e as razões de prevalência dos fatores associados, mediante uso da regressão de Poisson com variância robusta. Resultados: A prevalência de distúrbios psiquiátricos menores entre as 1595 mulheres participantes foi 21,76%. Entre os fatores associados encontrados, destaca-se o aumento linear da prevalência de distúrbios psiquiátricos menores com a idade, e também se observa uma relação inversa com a escolaridade e a renda. Há forte associação entre o desfecho e falta de suporte social, auto percepção de saúde ruim e doença crônica referida. Conclusões: A prevalência de distúrbios psiquiátricos menores foi elevada e afeta mais aos grupos com menores condições socioeconômicas, mostrando uma iniquidade que merece atenção. Outros fatores associados, também modificáveis foram o suporte social e a carga de morbidade referida, indicando a necessidade de ações de apoio nesses grupos de mulheres.

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Artigos Originais