Frequência de medicamentos potencialmente inapropriados em pacientes internados com delirium

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Luara Ramos Rodrigues
Renata Reis Lage
Mariana Gegenheimer Bremenkamp
Giuliana Tonani Bollis
Marcos Sampaio Meireles
Renato Lírio Morelato

Resumo

OBJETIVO: Delirium é uma condição frequente em idosos com doenças agudas, associado à alta morbimortalidade e ao prolongamento do período de internação. Diversos fármacos estão relacionados ao risco de desencadeá-lo ou agravá-lo. O objetivo do estudo foi identificar medicamentos potencialmente causadores de delirium em pacientes idosos portadores desta síndrome e seu risco para mortalidade durante a hospitalização. MÉTODOS: Realizou- se estudo transversal, com 51 idosos internados que preenchiam critérios de diagnóstico para delirium pelo Confusion Assesment Method. Os fármacos potencialmente inapropriados foram os relacionados segundos os critérios de Beers. As variáveis avaliadas foram: idade, gênero, causas do delirium, fármacos em uso regular, período de internação e óbitos. RESULTADOS: 30 pacientes (58,82%) faziam uso de fármacos de risco para delirium, sendo que 39,2% utilizavam medicamentos considerados de alto risco e 13,7% usavam concomitantemente três fármacos. Dentre as medicações de alto risco, os benzodiazepínicos foram empregados em 23,5% dos pacientes. O tempo médio de internação foi de 24±18 (1-86) dias e 25 (49%) pacientes evoluíram para o óbito. CONCLUSÃO: Observou-se longa permanência hospitalar e frequente uso de medicamentos com potencial de agravar ou desencadear o estado de delirium, sendo os benzodiazepínicos, os mais frequentemente utilizados. Apesar da alta mortalidade, não foi possível associar este fato ao uso dos fármacos. Tais resultados ratificam que o delirium é uma síndrome pouco reconhecida pelos clínicos em um hospital geral.

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Artigos Originais